17 de janeiro de 2011

Variáveis Flexo - Pré-impressão

1267852217_5mar-Simon-bigEm um artigo anterior, fizemos uma introdução das principais variáveis flexo, e seus parâmetros chave. Porém, sabe-se que as variáveis não resumem-se à isso e a complexidade é muito maior, visto que em cada ponto destacado, existem diversos outros fatores que, se não forem corretamente controlados, poderão acarretar problemas, alguns muito sutis, mas que influenciarão nos custos e tempos de setup diretamente ou indiretamente.

Nesta nova série de artigos, portanto, abordaremos questões mais avançadas que irão ajudá-lo a entender melhor esse processo de impressão complexo, e controlar e dominar as variáveis para conseguir melhores resultados em qualidade e produtividade.

Pré-impressão

Uma matriz de impressão aparentemente bem gravada, sem erros de trapping, com medidas e fechamento de cilindro exatos, são requerimentos mínimos. Porém, não são suficientes. O clichê deve ter a gravação linearizada, garantir a repetibilidade em futuras regravações, e ser fruto de um sério trabalho de gerenciamento de cores.

Os arquivos digitais deverão também ser calibrados obedecendo uma curva de compensação (bump up curve), com a finalidade de reproduzir um tamanho de ponto mínimo de 1% em clichês acabados, para uma determinada lineatura.

BASF_Combi_LF_IIA manutenção e calibração dos equipamentos de gravação e processamento, programadas periodicamente, também aumentam o fator repetibilidade e evitam problemas durante o setup, até mesmo de pedidos repetidos. Fotopolímeros de cada fabricante possuem sensibilidades diferentes na máscara negra e devem ser adequados corretamente ao tempo de exposição e intensidade do laser, a fim de buscar a melhor gravação para cada solução. As exposições frontal, de verso e Light Finishing (UVA e UVC), devem ser padronizados para cada modelo de chapa. O objetivo é fazer a exposição correta no verso para conseguir o relevo apropriado, seguir as orientações do fabricante para a exposição frontal para a polimerização adequada, e a Pós-exposição (Light Finishing) certa para evitar exposições prolongadas, que prejudicam a estrutura da chapa e diminui sua vida útil.

3Quanto ao relevo, costuma-se dizer que “quanto mais fino, melhor”. Isso deve-se ao fato de que quando há uma diminuição do relevo da chapa, há uma diminuição no ganho de pontos. O equipamento de exposição deve estar em boas condições de utilização com pré-aquecimento anterior à exposição a fim de assegurar uma temperatura constante, bem como uniformidade na energia luminosa. Se houver utilização de um sistema de processamento à base de solventes, a atividade e a limpeza deste deve ser mantida e monitorada para assegurar um processamento apropriado. A dureza da chapa deve ser escolhida de acordo com o modelo apropriado para cada tipo de grafismo à ser impresso. Abaixo apresentamos uma tabela básica para referência nessa questão.

Alta Dureza

65-75

Mais compatíveis para impressões com maior qualidade de impressão, na qual se deseja a melhor resolução de imagem possível e, também, a melhor qualidade de meio tom.

Média Dureza

50-64

Tendem a imprimir melhor os sólidos e pontos mais redondos. Pode ser usada para imprimir diversos tipos de substratos.

Baixa Dureza

35-49

Proporcionam um relevo mais suave em papelão ondulado ou papéis mais ásperos.

UV

 

Chapas compatíveis com UV são geralmente mais duras e robustas para condições mais severas de impressão.

Abaixo apresentamos uma tabela com os modelos de chapas e suas características, dos principais fabricantes de fotopolímeros no Brasil.

Dupont

DPI


DPR

DPU


DPL

DPC


DFM/DFS
(FAST)
DFQ (FAST)

- Chapa dura visando melhor qualidade para trabalhos de meio tom e linhas. Máxima resolução e menor ganho de pontos.
- Similar à DPI com melhor transferência de tinta trazendo melhoria de limpeza na impressão.
- Chapa digital robusta para condições diversas. Especialmente recomendada para tintas com solventes agressivos e tintas UV.
- Chapa digital de dureza média utilizada para a impressão em vários tipos de substratos.
- Chapa digital macia para trabalhos em meio tom, linhas e sólidos, especialmente desenvolvida para papelão ondulado e papéis ásperos.
- Chapa de dureza média para processamento térmico nos sistemas Cyrel® FAST.
- Alta dureza para processamento térmico, utilizada em trabalhos finos e de meio tom e em trabalhos de linhas.

MacDermid

Digital EPIC


Digital MVP


Digital Rave

Digital MGC





Digital MAX






Digital CST




LAVA 2530





LAVA 4260
- Versão digital da EPIC (analógica), possui uma capa “micro-áspera” proporciona ótima transferência de tinta em chapados e reprodução de pontos finos.
- Versão digital da MVP (analógica), possui todos os seus benefícios, mais a capacidade de gravação e resolução fina de uma chapa digital.
- É a chapa de maior dureza da linha, que reduz ganho de ponto e marcas nos degradês.
- Especialmente projetada para corrugados. Versão digital da MGC (analógica), possui todos os seus benefícios, mais a capacidade de gravação e resolução fina de uma chapa digital. Com 32 Shore A, proporciona excelente cobertura em sólidos e oferece impressões limpas em longas durações.
- é a mais nova chapa da linha. Possui capacidade de processamento solvente ou térmico usando a processadora LAVA da MacDermid. Versão digital da MAX (analógica), possui todos os seus benefícios, mais a capacidade de gravação e resolução fina de uma chapa digital. Com 60 Shore A, tem baixo ganho de ponto.
- A única chapa digital que pode ser processada do modo convencional ou térmico, possui características que proporcionam alta qualidade na impressão. possui uma capa “micro-áspera” proporciona ótima transferência de tinta.
- Processamento térmico, projetada para o mercado de banda estreita, seu tamanho reduzido, produz chapas prontas para impressão em menos de uma hora, melhorando produtividade e fluxo de trabalho. Elimina necessidade de manipulação e controle de solventes.
- Possui todos os benefícios do modelo 2530, porém é projetada para o mercado de banda larga.

Asahi

AFP DSF





AFP DSH




AFP SR



AFP SF




AFP SH
- Digital de média dureza. Shore A: 74-62-56 Grande transferência de tinta, Reprodução excelente, Ombros bem angulados, Fácil acomodação na montagem nos cilindros, Máscara negra com excelente resistência mecânica e Alta resistência ao Ozônio. Espessuras 1,14 - 1,70 - 2,84 mm.
- Digital de alta dureza. Shore A: 77-69-63 Tempo de exposição bem curto, Alta Resistência, Ombros bem angulados, Ganho de ponto mínimo, Máscara negra com excelente resistência mecânica e Alta resistência a Ozônio. Espessuras 1,14 - 1,70 - 2,84 mm.
- Convencional de baixa dureza. Shore A: 37-33-33 Alta durabilidade, Ombros bem angulados, Negativos bem abertos, Altíssima cobertura de tinta e Alta resistência ao Ozônio. Espessuras 2,84 - 3,94 - 6,35 mm.
- Convencional de média dureza. Shore A: 74-62-56. Grande transferência de tinta, Reprodução excelente, Ombros bem angulados, Fácil acomodação na montagem nos cilindros e Alta resistência ao Ozônio. Espessura 1,14 - 1,70 - 2,84 mm.
- Convencional de Alta dureza. Shore A: 77-69-63. Alta Durabilidade, Alta Resistência, Ombros bem angulados, Ganho de ponto mínimo e Alta resistência a Ozônio. Espessuras 1,14 - 1,70 - 2,84 mm.

kodak

FLEXCEL NX


FLEXCEL SR
- Chapas flexográficas digitais. Projetados para alta resolução de impressão e produtividade. 64º - 73º ShoreA. Espessuras 1,14 - 1,70mm.
- Chapas flexográficas analógicas. Impressão em gravação convencional para uma grande variedade de substratos. Diversas espessuras e durezas.

Flint

nyloflex ACE


nyloflex AFC

nyloflex FAB


nyloflex FAH

nyloflex ACT


nyloflex FAR

nyloflex ART
- Possui versão analógica e digital. Excelente qualidade devido ao ganho de ponto mínimo. Diversas expessuras e durezas.
- Chapa analógica. Espessura 1,14 com 78º Shore A e 1,7 com 70º Shore A.
- Alta resistência especialmente para tintas UV. Espessura 1,14 com 78º Shore A e 1,74 com 70º Shore A. Possui versões digital e analógica.
- Possui versões digital e analógica. Várias espessuras e durezas.
- Chapa de dureza média, ideal para combinação de retículas e traços. Várias espessuras e durezas para substratos absorventes e não-absorventes.
- Dureza média-dura para uso universal em impressão flexo. Várias espessuras e durezas.
- Possui versões digital e analógica. Transferência de tinta consistente. Especialmente desenvolvido para cartões e corrugados. Diversas espessuras e durezas.

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Um diferencial que está sendo amplamente oferecido aos convertedores, é um sistema de prova. A escolha entre prova digital ou impressa, varia de acordo com as necessidades específicas de cada convertedor. Uma prova facilita muito o setup de uma primeira produção, sendo que sabe-se exatamente onde se quer chegar. A maior vantagem no entanto, é a padronização do setup, o que permite um ganho de tempo considerável em cada deles, bem como praticamente elimina a necessidade de fazer provas em máquina.

A grande comodidade de se comparar uma amostra de máquina com uma prova impressa facilita muito por gerar mais segurança, pois estamos comparando dois semelhantes. No entanto, vale ressaltar que uma prova impressa nunca conseguirá simular todas as variações da máquina, que somente a prova digital é capaz de fazê-lo. Detalhes como ganho de ponto, simulação de reticulado e de tinta branca, fazem toda a diferença, o que tornam a prova digital até mais confiável, pois é confeccionada levando em conta todos os insumos de cada  cliente e suas características, tudo aliado ao gerenciamento de cores, que é crucial nesse processo, bem como o posterior controle dos insumos e manutenção da calibração do sistema. Garantia da qualidade. Esse é o ponto chave.

A pré-impressão é onde se define a qualidade de um trabalho, e o diferencial está nos detalhes. Os demais processos adiante, devem estar perfeitamente alinhados, para que o processo como um todo funcione integrado, proporcionando o máximo aproveitamento das tecnologias, desde a clicheria até a impressão.

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