A embalagem e o rótulo são considerados o primeiro contato entre o produto e o consumidor. A importância destes itens na avaliação do produto pelo consumidor e, consequentemente, na decisão de compra é reconhecida pelos processadores de alimentos. Assim, os gastos com o desenvolvimento de embalagens visam atender às necessidades, técnicas e estéticas, contribuindo para a satisfação do consumidor pelo produto.
Elaboramos esse texto com o objetivo de responder a algumas perguntas feitas por clientes que estão iniciando seu trabalho ou por aqueles que desejam conhecer as estruturas que oferecemos. No entanto, existe uma pergunta especialmente importante:
Após todos os cuidados com a produção de um café torrado especialmente diferenciado, o que se deve fazer para preservar por mais tempo suas características de qualidade, agregando maior valor ao produto?
Para tanto, é fundamental o tipo de acondicionamento do produto e, para isto, dispõe-se de diversos sistemas de embalagem que protegem e asseguram o seu transporte, preservando por mais ou menos tempo as características desejáveis do café até o seu consumo, dependendo do sistema adotado.
O cuidado na escolha da embalagem é fundamental para vender todos esses aspectos.
Fatores que afetam as características do café torrado.
O café torrado em grão ou torrado e moído requer embalagens que o proteja da exposição a agentes externos como oxigênio, umidade e altas temperaturas de armazenamento, que afetarão drasticamente suas características sensoriais, físicas e químicas. Mas, de maneira geral, a velocidade de perda de qualidade de café torrado e moído é de 5 a 10 vezes mais rápida do que em café em grão (CRUM, 1996).
Diferentes tecnologias de embalagem permitem o acondicionamento do produto de acordo com as necessidades de cada cliente. Algumas incluem o uso de válvulas desgaseificadoras, absorventes de O2 e CO2, associados ou não à tecnologia de atmosfera inerte, através da substituição do oxigênio por nitrogênio, retardando assim, a oxidação do produto.
Após ser torrado, o café está pronto para o consumo, no entanto, se não for perfeitamente conservado, em poucos dias o produto perde sua frescura e aroma característicos. O aroma especial do café torrado é composto por componentes voláteis, que são progressivamente dispersos pouco depois da moagem, a menos que o café seja armazenado em embalagens estanques e protegidos da umidade.
Os métodos mais comuns para conservar o café, são os seguintes:
Embalagem com presença de ar (almofada).
É uma solução simples, onde o café é embalado em pacotes. Desta forma, o café fica protegido da umidade, no entanto, a vida útil do produto é mais curta devido à presença de ar (oxigênio) na embalagem. Este tipo de método deve ser utilizado com café desgaseificado, para evitar o estufamento e um possível rompimento da embalagem, devido à liberação de gás carbônico (CO2) após a torrefação. Este gás é liberado rapidamente após as primeiras 24 horas da moagem dos grãos. Comumente, para se embalar o café imediatamente após a torra, micro furos são feitos próximos às termossoldagens das embalagens flexíveis, a fim de permitir a eliminação do CO2, porém, esta ação ocasiona o contato do produto com o oxigênio do ar, acelerando seu processo de deterioração. A vida útil do produto é restringida para cerca de 10 a 20 dias (segundo a literatura), ou 90 dias como o praticado no mercado brasileiro. A perfuração da embalagem desperdiça as características de barreira a gases do material de embalagem utilizado, que apenas atua como veículo de contenção do produto.
A embalagem tipo “almofada” é atualmente a mais utilizada no Brasil para o empacotamento do café torrado e moído.
Estruturas laminadas mais comuns:
- Pacotes tipo almofada:
- PETMET / PE
- PET / MET / PE
- PET / PETMET / PE
- PET / ALUM / PE
- Pacotes sanfonados (fundo chato):
- PETMET / PE
- PET / MET / PE
- PET / PETMET / PE
- PET / ALUM / PE
- Para café em grãos:
- PETMET / PE
- PET / MET / PE
- PET / PETMET / PE
- PET / ALUM / PE
Alguns produtores adotam estruturas mais simples, sem a barreira de metalização tais como PET / PE. Nesse caso, deve-se levar em conta a exclusão da barreira em relação ao custo-benefício que se espera obter.
O Poliéster (PET) também pode ser substituído pelo BOPP (Polipropileno Bi-Orientado).
Outra opção que está sendo utilizada como fator para agregação de valor ao produto, é o BOPP Matte. Trata-se de um substrato fosco, que oferece um aspecto diferenciado, expressa a qualidade do café através da sofisticação gerada em conjunto com um design apropriado.
Nesse sistema, antes do acondicionamento a vácuo, o produto passa por um processo de desgaseificação e este período deve ser o menor possível para minimizar a oxidação do produto e a perda de componentes aromáticos por arraste. A embalagem a vácuo favorece a logística, porque graças ao longo período de vida útil, permite que se atinjam mercados distantes, onde é difícli atuar com as embalagens do tipo almofada.
Estruturas oferecidas:
- Vácuo:
- PET / PETMET / PE
- PET / ALUM / PE
Embalagem com atmosfera inerte.
As embalagens inertizadas têm como característica principal a retirada do oxigênio durante a formação da embalagem e acondicionamento do produto em equipamento automático, que promove a termossoldagem da embalagem e o ar do espaço livre é substituído por nitrogênio por meio de um fluxo contínuo desse gás, que dilui o ar ao redor do produto, antes da embalagem ser termosselada. Neste sistema, a diminuição do oxigênio do espaço livre promove um retardamento na deterioração do café e confere uma vida útil ao produto intermediária em relação à embalagem almofada e a vácuo.
Estruturas oferecidas para atmosfera inerte:
- PET / MET / PE
- PET / PETMET / PE
- PET / ALUM / PE
- PETMET/PE
Embalagens com válvulas desgaseificadoras.
As válvulas desgaseificadoras são acessórios que permitem a saída do CO2 produzido durante o processo de torrefação e impedem a entrada do O2 do ar ambiente, graças a uma membrana seletiva unidirecional. Podem ser aplicadas em todos os sistemas de embalagem, incorporando vantagens como a não-necessidade de um longo tempo de espera para se embalar o café torrado, o que pode melhorar sua qualidade devido à preservação do aroma, garantindo o frescor do produto.
Função de cada componente da estrutura da embalagem:
PET (Poliéster) ou BOPP (Polipropileno Bi-Orientado)
Substrato de impressão, resistência mecânica.
ALUM (Alumínio) ou MET (Metalização)
Barreira de gases, umidade e aromas.
PE (Polietileno)
Selante para termo-solda, resistência mecânica.
Considerações finais.
Dessa maneira, verifica-se que existem vários sistemas de embalagens para café torrado cuja escolha depende de fatores como vida útil desejada, qualidade esperada ao longo e final da vida útil, mercado que se pretende atingir e custos possíveis de serem absorvidos, etc.
Fontes consultadas:
OLIVEIRA, P. e ROSA, A. Embalagem para Café Torrado. Uma alternativa para agregação de valor ao produto. Boletim de Tecnologia e desenvolvimento de embalagens. ITAL. Vol. 16-Nº1 Jan-Fev-Mar/2004.
MARTINES, E. Embalagem para Café. SBRT – Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas. 14/Julho/2006.
muito bom, ajudou muito em minhas pesquisas.
ResponderExcluirFico feliz em poder ajudar de alguma forma. Obrigado por acompanhar o blog.
ResponderExcluirsabe onde posso comprar essas embalagem?desde já agradeço.
ResponderExcluirOlá, obrigado por seguir o blog!!! Entre em contato conosco: http://flexomagazine.blogspot.com.br/p/contato.html
Excluirestou montando uma torrefação , qual embalagem devo usar
ResponderExcluirOlá. Entre em contato conosco através do link do email desta página: http://flexomagazine.blogspot.com.br/p/contato.html
ResponderExcluirpara que possamos avaliar qual a melhor solução para sua linha de produtos.
De grande importância sua explicação, para quem está iniciando nessa área do café. Obrigada
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