21 de junho de 2011

Tintas Para Impressão Flexográfica - Parte 2

printing-plate-with-yellow-inkNa primeira parte desta série de artigos sobre tintas para impressão flexográfica, discutimos a definição de tinta e indicamos seus quatro componentes básicos. Vamos tratar nessa segunda parte das informações necessárias para a escolha dos componentes corretos para formulação de uma tinta, como escolher o solvente adequado e também a importância de manter os recipientes da tinta ou solventes tampados.

Elaboração da Tinta

Para a formulação de uma tinta é necessário que haja a transmissão de algumas informações para a escolha dos componentes corretos. As mais importantes são:

1- O sistema de impressão

A elaboração de uma tinta para rotogravura ou flexografia difere na concentração e na escolha de solventes. Para flexografia deve-se utilizar uma porcentagem mínima de solventes mais agressivos como acetatos, hidrocarbonetos, cetonas, pois os mesmos atacam os clichês e os componentes de borracha de máquina. Para rotogravura a concentração de pigmento pode ser menor em decorrência do maior volume de tinta transportado. Neste sistema os solventes à serem utilizados dependerão apenas da solubilidade das resinas e da secagem desejada.

2 – Suporte

O suporte a ser utilizado deve ser levado em consideração para a escolha da melhor resina a ser utilizada, para uma melhor fixação da tinta ao suporte.

3 – Utilização de embalagem

A utilização da embalagem também é de tal importância pois algumas delas vão conter cereais, onde a resina deve ter resistência à óleos em geral, outras vão à geladeira onde a tinta deve ter resistência à temperatura baixa, outras serão cozidas com o produto embutido, outras serão expostas à luz, ou serão laminadas, enfim, cada embalagem requer um tipo de resistência que será concedida pela tinta impressa.

4 – Condições de impressão

O tipo de transferência de tinta (rolo de borracha, anilox, doctor blade), e a lineatura do anilox, condições de secagem, velocidade, região, etc., são informações fundamentais para se estipular a concentração de pigmentos e a secatividade em função da transferência de tinta e poder de secagem durante a impressão.

5- Tonalidade

É aconselhável o envio de uma amostra impressa ou mesmo uma referência pantone para a obtenção da cor.

Pilotando a máquina

Escolhendo o solvente adequado.

Além da classificação química citada, temos a diferenciação dos solventes quanto à sua velocidade de evaporação, onde temos:

Solventes Leves – evaporam-se muito rapidamente, ocasionando normalmente o “blush”, que é a “opalescência” (névoa no impresso) da superfície.

Solventes Pesados – evaporam-se lentamente, provocando secagem mais lenta à película, conferindo ótima propriedade à mesma, aumentando quase sempre o seu brilho.

Solventes Médios – apresentam velocidade de evaporação satisfatória. Atua como base das formulações, estabilizando a secagem.

Além dessas propriedades temos ainda o poder solvente, apurado quanto à resina utilizada, ou seja, cada solvente atua diferentemente na dissolução da resina. O solvente que melhor dissolver a resina é denominado o solvente verdadeiro e aquele que não dissolver é denominado diluente.

Para a determinação destes solventes, temos o estudo dos parâmetros de solubilidade onde, “admite-se que o poder solvente é tanto maior quanto menor for a viscosidade de uma solução de extrato de seco constante” ou mesmo “o poder solvente de um líquido é tanto maior, quanto maior for a quantidade de resina adicionada na solução numa dada viscosidade”. Resumindo, o solvente verdadeiro é aquele que diminui a viscosidade da resina com maior facilidade em menor quantidade.

Dessa maneira deve-se realizar mistura de solventes (balanceamento), levando-se em consideração a secagem da tinta e sua viscosidade final. O balanceamento ideal é aquele que contém o solvente verdadeiro, solventes leves, médios e pesados na proporção correta para a secagem devida e se necessário um diluente para diminuição do custo.

Além disso, para a escolha dos solventes adequados, deve-se levar em consideração outros aspectos como a retenção de solvente, higroscopicidade (propriedade de absorver água), toxidez, inflamabilidade e explosividade.

A importância de deixar os recipientes de tinta ou solventes tampados

Além do problema de absorção de água e empastamento de tinta, temos também a evaporação dos solventes mais acelerados que alteram o balanceamento, fazendo com que a viscosidade e a secagem sejam alteradas durante a impressão.

No próximo artigo da série, vamos discutir os principais testes à serem realizados para um correto controle, seja na hora do recebimento de um novo lote, formulação da cor ou ajuste em máquina, e também como determinar a tonalidade correta da tinta.

Referências Bibliográficas (partes 1 à 5):

Noções gerais sobre tintas Flexográficas – Tintas Supercor S/A

SCARPETA, Eudes: Flexografia – Manual Prático. 2007. Bloco de Comunicação.

3 comentários:

  1. ola parabens ,estou comessando na area flexografica como colorista este arquivo esta mi ajudando muito
    obrigado e parabens !

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  2. Valeu, ajudou muito no trabalho pra faculdade. *MEC

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  3. Parabéns muito útil pra mim que estou começando agora.
    Poderiam informar como faço para recuperar tintas com muito tempo parada?

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