30 de junho de 2011

Tintas Para Impressão Flexográfica - Parte 3

a_accustrip202Geralmente quando recebemos um novo lote de insumos ou quando no momento da primeira utilização dos mesmos, fazemos algumas aferições padrão para atestar se o produto está conforme as necessidades requisitadas para que o mesmo possa ser processado para que seja dado o andamento nos demais processos, como por exemplo testes de pesagem e de tratamento em bobinas. No caso das tintas, muitas empresas deixam esse controle à desejar, o que pode acarretar em situações onde só se detecta o problema depois de muitas tiragens. Os principais testes descritos abaixo são essenciais para um correto controle.

Principais testes

1- tonalidade: É realizado comparativamente com o padrão através de uma puxada, com a ajuda de um extensor. PUXADA: Consiste em colocar duas pequenas quantidades de tintas à serem comparadas lado a lado sobre um suporte, fazendo-se a extensão (arraste) com um bastão específico denominado extensor.

2- Secagem: Após realizada uma puxada, com a ponta dos dedos, toca-se a película aplicada até que não ocorra mais a retirada de tinta pelo toque. O tempo é determinado através de um cronômetro acionado logo após a confecção da puxada, e no momento final da secagem obtém-se seu valor em segundos. Levar em consideração que a temperatura e a umidade do local de testes devem ser padronizadas.

3 – Viscosidade: É determinada através do tempo de escoamento da tinta. Pode ser realizada em vários tipos de copos, como o Zahn 2, Ford 3, Ford 4, Brookfield, etc.

4 – Aderência: Confecciona-se uma puxada, em suporte apropriado com tratamento corona mínimo de 38 din/cm e verifica-se sua ancoragem através de fita adesiva.

5 – Concentração: Para verificar a concentração de uma tinta, coloca-se uma parte desta e 9 partes de um branco padrão. Realiza-se o mesmo procedimento com a tinta considerada padrão. Confecciona-se uma puxada comparativa e nota-se que aquela que proporcionar uma tonalidade mais escura é a tinta mais concentrada. A tinta a ser testada e o padrão devem estar na mesma viscosidade. Levar em conta que este teste é válido apenas para tintas com um pigmento (monopigmentadas), pois a mistura de pigmentos poderá distorcer o resultado.

6 – Moagem: É determinada em um instrumento denominado grindômetro, através do qual se avalia o tamanho da partícula de microns.

7 – Resistências específicas: São testes distintos realizados conforme a necessidade e especificações exigidas pelo cliente. Normalmente simula-se as situações pelas quais as tintas devem resistir. Por exemplo, uma embalagem de sabão deve conter um pigmento que tenha resistência química. Faz-se o teste colocando-se a tinta em contato direto com o sabão.

8 – Porcentagem de sólidos: Coloca-se uma quantidade de tinta na estufa à 120º e após 90 minutos, para que toda a parte volátil se evapore, pesando-se novamente. A divisão entre o peso inicial e o peso final determina as porcentagens de componentes voláteis e sólidos.

9 – COF: Através deste teste verifica-se o coeficiente de atrito da tinta ou mesmo do material. O teste é realizado em um aparelho específico.

Determinando a tonalidade correta

Antes de mais nada devemos definir o que seja cor. Cor é uma impressão sensorial, captada pelo olho e conduzida ao cérebro através de correntes nervosas. Porém, esta sensação é subjetiva e apresenta variações relativamente grandes entre os seres humanos, dependendo inclusive de diversos fatores, como por exemplo o estado de espírito, o cansaço, bem como a idade da pessoa e o estado de saúde dos respectivos órgãos sensoriais, etc.

Para a percepção visual são necessários três componentes, que são a fonte luminosa, o objeto observado e o olho humano. Portanto, outros fatores contribuem para as variações da percepção visual, como a influência de uma cor próxima, o ângulo de visualização, etc. Como podemos diminui-las à medida que realiza-se toda e qualquer avaliação de cor sempre em comparação a um padrão, nas mesmas condições de visualização.

Existem alguns aparelhos que tornam esta avaliação mais precisa possível como espectrofotômetros que utilizam os comprimentos de ondas para a medição da cor. Para informações mais aprofundadas sobre esse assunto, leia nossa série de artigos sobre colorimetria.

Na quarta parte desta série de artigos, vamos abordar as questões de secagem, viscosidade e os fatores que influenciam a tonalidade na impressão.

Leia também:

Tintas Para Impressão Flexográfica - Parte 1

Tintas Para Impressão Flexográfica - Parte 2

Referências Bibliográficas (partes 1 à 5):

Noções gerais sobre tintas Flexográficas – Tintas Supercor S/A

SCARPETA, Eudes: Flexografia – Manual Prático. 2007. Bloco de Comunicação.

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