Dando continuidade à nossa série de artigos sobre variáveis flexo, abordaremos agora a questão das fitas dupla-face, onde a correta escolha de marca e modelo podem proporcionar uma impressão limpa e sem excessos no ganho de ponto, e da montagem (também conhecida como colagem), ainda hoje visto por algumas empresas como um processo secundário onde os investimentos em equipamentos e qualificação de mão-de-obra não são levados à sério. Discutiremos aqui porque esses pontos influenciam diretamente no tempo de setup e na qualidade da impressão.
Fitas Dupla-Face
A função básica de uma fita dupla-face é fixar a matriz de impressão na superfície do cilindro porta clichês. Para que se possam conseguir melhores resultados na impressão, algumas regras básicas devem ser respeitadas e seguidas.
Fitas com baixa densidade tem ótimo desempenho em retículas delicadas e linhas finas. Modelos de média densidade são recomendadas para meio-tons, impressão mista e alguns sólidos. Já os de alta densidade são ótimos para chapados e negativos. Quanto mais rígido o dupla-face, melhor a cobertura em chapados e quanto mais macia, melhor será a impressão das cromias, pois sua absorção de impacto reduz o ganho de ponto, melhorando a definição e qualidade da imagem.
A melhor forma de escolher os insumos que terão o melhor desempenho tecnicamente, é testar o clichê com vários modelos de fabricantes e densidades e avaliar o melhor resultado. Padronização após os testes é essencial para economia de tempo de setup. Um anilox de banda com várias lineaturas pode ajudar a encurtar o tempo dos testes e deixá-los mais práticos.
Combinar o modelo do dupla-face com a dureza do clichê também é importante. Fitas dupla-face de alta densidade ajudam na transferência de imagem. As fitas de menor densidade podem não ter o mesmo desempenho com chapas de dureza média, mas um desempenho marginalmente melhor com chapas de alta dureza.
Policromias | 3M 1920 | Lohmann 5.2 | Rogers 3120 | Scapa 43100/43200 | TESA 52022/52122/52222 |
Processo | 3M 1920 | Lohmann 5.2 | Rogers 3120 | Scapa 43100/43200 | TESA 52022/52122/52222 |
Combinação | 3M 1020 | Lohmann 5.3 | Rogers 3320 | Scapa 43120/43220 | TESA 52021/52021/52221 |
Linha | 3M 1820 | Lohmann 5.3 | Rogers 2520 | Scapa 43140/4351/43240 | TESA 52020/52120/52220 |
Em tese, não é recomendada a reutilização de fitas dupla-face, devido à possibilidade de perda do amortecimento sob pressão. A dupla-face pode, portanto, deixar de apresentar suas características e vantagens. Porém, como essa prática ainda é comum, deve-se levar em conta quais serviços podem utilizar essa prática. Tende-se a reutilizar em trabalhos de pouca complexidade, mas aumentando a atenção no controle de qualidade, para que o “barato” não acabe saindo caro. Comparar a qualidade da impressão com outra amostra do mesmo produzido sob condições ideais é uma boa idéia para se ter um real parâmetro de comportamento. Reutilização em itens novos, policromias complexas e delicadas e clientes-chave é uma péssima idéia. Deve-se analisar cuidadosamente o custo benefício, pois o risco de ter problemas de impressão é aumentado, o que pode gerar reclamações, ou, na pior das hipóteses, devoluções. Pessoalmente, não apoio essa prática, porém, cada empresa tem sua realidade, e cada um conhece suas possibilidades e responsabilidades.
Montagem
Uma boa montadora com um operador qualificado ainda são elementos menosprezados em algumas indústrias. Gastam-se milhões com novas impressoras, anilox de altas lineaturas, clichê digital calibrado com prova em substrato, tinta de primeira linha, e uma equipe de setup bem treinada. Tudo isso começa a vir abaixo com uma colagem mal implementada, seja por questão técnica operacional, pelo uso de métodos antigos de montagem, ou por uma montadora com problemas, não calibrada e com a precisão totalmente comprometida.
Uma maneira de justificar um investimento em uma montadora de qualidade, é estimar a média de acertos mensais, a média de tempo desses acertos, e estipular um número razoável e plausível de redução de tempo de setup.
Qtd. acertos x tpo médio dos acertos = tpo total gasto c/ acertos por mês.
Qtd. acertos x tpo estimad. redução = tpo total estimado de redução de setup.
Multiplique o tempo total de redução do setup no mês (em horas) pela produção média por hora (em kg).
horas econom. por mês x kg produzido por hora = total em kg produzidos à mais.
Agora basta multiplicar o fator kg produzido à mais por um valor médio do kg de material produzido. Provavelmente o valor do aumento do faturamento será maior que a parcela de uma boa máquina, o que justifica o investimento, mesmo tendo que desembolsar o valor da entrada.
Vale a pena também verificar o quanto de eficiência seria conseguido aumentar nas impressoras e em todo o processo (no caso de gargalo).
Técnicas e Dicas para Otimizar a Montagem do Clichê (Fonte: 3M)
Limpeza do Cilindro/Camisa
- Limpe o cilindro com álcool isopropílico e seque com pano seco.
- Limpe a camisa conforme recomendação do fabricante.
- Seque bem a superfície antes de aplicar a fita.
Limpeza do Clichê
- Limpe o clichê com solução de água e álcool isopropílico (50:50)
- Novos clichês devem ser limpos para remoção de resíduos de fotopolímero.
- Seque bem a superfície.
Aplicação da Fita no Cilindro / Camisa
- Aplique pressão sobre a palma da mão para assegurar um contato uniforme da fita com o cilindro / camisa.
Aplicação do Clichê / Polímero
- Aplique o clichê com um rolo para pressionar bem toda a superfície.
Alterado em 09/03/2011. Adicionada à tabela de fitas dupla-face a marca Scapa. Gentileza do Sr. Sérgio Miguel Simone.
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