Por Marcelo Arcanjo
Já faz muito tempo que Arte Gráfica foi considerada somente arte, onde os artesãos tinham todo o saber de sua produção. Desde a invenção do tipo móvel por Gutenberg, as Artes Gráficas se transformaram de algo totalmente manual para uma ciência complexa repleta de variáveis e avanços tecnológicos ao seu redor .
O Gerenciamento de Cores surgiu no mercado gráfico com o intuito de controlar todas as etapas do processo de produção, tendo como finalidade produzir embalagens com os padrões esperados desde a criação até a impressão final.
Conforme o mercado foi se modificando, tornando-se cada vez mais competitivo e com pedidos cada vez menores, houve a necessidade de uma redução de custos ainda maior , seja com setup de máquina, aparas de acerto, fotopolímeros, etc. Para uma boa implantação do gerenciamento de cores, é de suma importância que a empresa gráfica conheça e controle todas as variáveis de seu processo, mantendo uma forte parceria com seus fornecedores que devem produzir seus insumos, sejam eles clichês, tintas ou filmes dentro dos padrões estabelecidos e com garantia de repetibilidade de produção.
Podemos dividir o processo de implantação do gerenciamento de cores em 3 etapas: Controle do Processo, Calibração e Caracterização.
Controle do Processo
Sem dúvida, controlar o processo é uma das máximas do gerenciamento de cores. De nada adianta rodar um testform se logo após houver troca de algum insumo ou modificações no processo. O controle deve ser realizado do início ao fim da implantação, sendo que qualquer alteração deve ser revista com todos os envolvidos no processo. Podemos definir 3 formas de trabalhar os processos: seguir normas ISO nacionais ou internacionais, referências ou recomendações criadas por associações, ou métodos particulares de cada empresa. Seja qual for a forma definida de trabalho, deve-se criar um banco de dados contendo todas as informações pré-estabelecidas.
Considerando aqui que os fornecedores estejam dentro dos padrões estabelecidos e que garantam a repetibilidade de seus insumos, vamos abordar somente o processo dentro da indústria convertedora.
Calibração
Esta é a etapa onde descobrimos todo o potencial dos periféricos envolvidos, neste caso, a impressora flexográfica. Através da impressão de um testform podemos definir a forma de trabalho da convertedora, diagnosticar problemas e apresentar soluções. O testform deve apresentar alguns itens básicos para análise:
- Teste de lineaturas
- Tiras de controle de densidade
- Escalas de controle CMYK
- Escala controle de gris
- Soma de tintas
- Imagens reais ou ilustrações
- Slur
- Textos positivos/negativos
- Target/Alvo de cor
Modelo de testform
Caracterização
Após a calibração dos periféricos, é realizada a caracterização dos mesmos. Nessa terceira etapa é gerada uma nova matriz de impressão onde é aplicado um target para geração do perfil do equipamento (Perfil ICC). Perfil ICC é um mapa matemático contendo todas as informações colorimétricas do dispositivo em questão. Esse perfil pode ser aplicado na clicheria no tratamento de imagens e em provas digitais. Com ele é possível visualizar em tela o resultado final da impressão, evitando assim futuros problemas.
Após todas essas etapas, devemos definir um percentual de diferenças aceitáveis entre provas digitais e a impressão final através do deltaE, bem como manter um controle periódico dos equipamentos e insumos para garantir que os mesmos não se modifiquem.
Uma das maiores dúvidas de convertedores é: Posso receber uma prova digital com o perfil de minha impressora flexográfica, e uma prova impressa nas mesmas condições? A resposta, tecnicamente, é não. O sistema de prova digital funciona como se fosse uma simulação da impressora flexo. Na prova digital, é possível simular ganho de ponto, densidade de tintas, LAB e trap de cores. Já o sistema de prova impressa é limitado as condições de anilox e tintas da prova. A prova digital, por simular todo o processo, tem sua fidelidade de cor com o resultado final muito mais próximo do que a prova impressa, além de ser possível produzir provas digitais com ponto, utilizando o arquivo de saída, onde toda a conferência de texto e trap podem ser feitas sem que depois esses erros existam no fotopolímero pronto. Para prova impressa pode se utilizar os perfis fornecidos pela própria clicheria. Esse sistema é muito utilizado quando o cliente final deseja uma prova no substrato que o mesmo irá envasar seu produto.
Esse artigo tem a intenção de servir como uma pequena introdução ao processo de gerenciamento de cores. Espero desta forma, contribuir com informações úteis aos seus futuros projetos.
GOSTEI DO BLOG... TO SEGUINDO.. SEGUE-ME
ResponderExcluirLUCRE COM SEU BLOG:
www.psdesigner.com.br/revendedores.php
SIGA-NOS:
www.psddesigner.blogspot.com