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2 de novembro de 2010

Gerenciamento de Cores

Por Marcelo Arcanjo

Já  faz  muito  tempo  que  Arte Gráfica foi considerada somente arte, onde os  artesãos  tinham  todo  o  saber  de  sua produção. Desde a  invenção do  tipo móvel por  Gutenberg,  as  Artes  Gráficas  se transformaram  de  algo  totalmente manual para  uma  ciência  complexa  repleta  de variáveis  e  avanços  tecnológicos  ao  seu redor .

O Gerenciamento de Cores surgiu no mercado gráfico com o  intuito de controlar todas as etapas do processo de produção, tendo como finalidade produzir embalagens com os padrões esperados desde a criação até a  impressão  final.

Conforme  o  mercado  foi   se modificando,  tornando-se  cada  vez  mais competitivo  e  com  pedidos  cada  vez menores,  houve  a  necessidade  de  uma redução  de  custos  ainda  maior ,  seja  com setup  de  máquina,  aparas  de  acerto, fotopolímeros, etc. Para uma boa  implantação do  gerenciamento  de  cores,  é  de  suma importância que a empresa gráfica conheça e  controle  todas  as  variáveis  de  seu processo, mantendo uma forte parceria com seus fornecedores que devem produzir seus insumos, sejam eles clichês, tintas ou filmes dentro  dos  padrões  estabelecidos  e  com garantia de  repetibilidade de produção.

Podemos  dividir  o  processo  de implantação do gerenciamento de cores em 3  etapas: Controle do Processo, Calibração e Caracterização.

Controle do Processo

Imagem3

Sem dúvida, controlar o processo é uma das máximas do gerenciamento de cores. De nada adianta rodar um testform se logo após houver troca de algum insumo ou modificações no processo. O controle deve ser realizado do início ao fim da implantação, sendo que qualquer alteração deve ser revista com todos os envolvidos no processo. Podemos definir 3 formas de trabalhar os processos: seguir normas ISO nacionais ou internacionais, referências ou recomendações criadas por associações, ou métodos particulares de cada empresa. Seja qual for a forma definida de trabalho, deve-se criar um banco de dados contendo todas as informações pré-estabelecidas.

Considerando aqui que os fornecedores estejam dentro dos padrões estabelecidos e que garantam a repetibilidade de seus insumos, vamos abordar somente o processo dentro da indústria convertedora.

Calibração

Esta é a etapa onde descobrimos todo o potencial dos periféricos envolvidos, neste caso, a impressora flexográfica. Através da impressão de um testform podemos definir a forma de trabalho da convertedora, diagnosticar problemas e apresentar soluções. O testform deve apresentar alguns itens básicos para análise:

  • Teste de lineaturas
  • Tiras de controle de densidade
  • Escalas de controle CMYK
  • Escala controle de gris
  • Soma de tintas
  • Imagens reais ou ilustrações
  • Slur
  • Textos positivos/negativos
  • Target/Alvo de cor

Imagem1

                                        Modelo de testform

Caracterização

Capturar

Após a calibração dos periféricos, é realizada a caracterização dos mesmos. Nessa terceira etapa é gerada uma nova matriz de impressão onde é aplicado um target para geração do perfil do equipamento (Perfil ICC). Perfil ICC é um mapa matemático contendo todas as informações colorimétricas do dispositivo em questão. Esse perfil pode ser aplicado na clicheria no tratamento de imagens e em provas digitais. Com ele é possível visualizar em tela o resultado final da impressão, evitando assim futuros problemas.

Capturar2

Após todas essas etapas, devemos definir um percentual de diferenças aceitáveis entre provas digitais e a impressão final através do deltaE, bem como manter um controle periódico dos equipamentos e insumos para garantir que os mesmos não se modifiquem.

Uma das maiores dúvidas de convertedores é: Posso receber uma prova digital com o perfil de minha impressora flexográfica, e uma prova impressa nas mesmas condições? A resposta, tecnicamente, é não. O sistema de prova digital funciona como se fosse uma simulação da impressora flexo. Na prova digital, é possível simular ganho de ponto, densidade de tintas, LAB e trap de cores. Já o sistema de prova impressa é limitado as condições de anilox e tintas da prova. A prova digital, por simular todo o processo, tem sua fidelidade de cor com o resultado final muito mais próximo do que a prova impressa, além de ser possível produzir provas digitais com ponto, utilizando o arquivo de saída, onde toda a conferência de texto e trap podem ser feitas sem que depois esses erros existam no fotopolímero pronto. Para prova impressa pode se utilizar os perfis fornecidos pela própria clicheria. Esse sistema é muito utilizado quando o cliente final deseja uma prova no substrato que o mesmo irá envasar seu produto.

Esse artigo tem a intenção de servir como uma pequena introdução ao processo de gerenciamento de cores. Espero desta forma, contribuir com informações úteis aos seus futuros projetos.

Um comentário:

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